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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

SÍNTESE SOBRE O RACIONALISMO CRÍTICO KANTIANO

O racionalismo crítico de Kant
1.      Nem empirismo nem racionalismo tradicionais.
A teoria kantiana do conhecimento consiste numa ultrapassagem ou superação quer do empirismo, quer do racionalismo. Para Kant, o empirismo — que o filósofo alemão critica referindo-se essencialmente a David Hume — conduz ao cepticismo, à descrença na possi­bilidade do conhecimento científico ou objectivo. Pensar que o conhecimento se baseia ex­clusivamente — deriva — no que é dado pela experiência ou intuição sensível e não con­tém nada mais é ter uma concepção errada do conhecimento.
Embora baseado num modelo do conhecimento distinto do empirista, o racionalismo tradicional revela-se, também segundo Kant, insuficiente para fundamentar (mostrar como é possível) o conhecimento científico. A confiança excessiva do racionalismo tradicional nas capacidades da razão, a crença de que ela por si só, isto é, enquanto pura, pode conhecer, desprezando as­sim o contributo da sensibilidade, é criticada por Kant.
         2. Como é possível o conhecimento científico?
Kant efectua uma análise transcendental do conhecimento, ou seja, embora não des­preze o papel da experiência, pretende mostrar quais as condições de possibilidade a priori — não empíricas — do conhecimento. Mostrar como é possível o conhecimento — en­tenda-se o conhecimento científico ou epistémico — consistirá em responder à questão "O que posso conhecer?". Podemos desdobrar esta questão nas seguintes:
1.   Como começa o conhecimento?
2.   De onde deriva?
3.   Até onde pode ir? Quais os seus limites?
A doutrina kantiana pode resumir-se nas seguintes respostas:
A. Todo o conhecimento começa com a experiência.
Para haver conhecimento é preciso que haja coisas para conhecer e que entremos em contacto com elas, isto é, que algo nos seja dado. O contacto imediato com os objectos dá-se ao nível da sensibilidade, faculdade recep­tiva. A recepção das impressões tem como sua condição de possibilidade estruturas univer­sais e necessárias da sensibilidade: o espaço e o tempo. Assim, a recepção dos dados sensí­veis consiste na sua espacialização e temporalização.
Como começa o conhecimento
Espaço e tempo
  Objectos da intuição empírica
São formas de receber as informações ou impressões provenientes das coisas. Para as receberem tem de ser anteriores e independentes dessas impressões. São por isso a priori.
Sem estas formas a priori da sensibilidade não tínhamos intuição empírica ou experiência de nada. Só podemos dizer que algo acontece agora, depois de algo, aqui ou ali, à direita ou à esquerda se já estivermos «equipados» com as noções de espaço e de tempo. São a nossa única forma de intuir, de ter experiência das coisas.



São os dados que as formas do espaço e do tempo relacionam espacializando – os (acontecem num dado local) e temporalizando – os (acontecem num dado momento)
Os dados que a sensibilidade relaciona desta forma recebem o nome de fenómenos. Estes são os objectos da intuição sensível, isto é, condicionada pelas formas do espaço e do tempo.

B. O conhecimento científico não deriva da experiência, mas sim de certas formas a priori do sujeito que conhece.
Conhecer cientificamente é explicar, dizer por que razão algo acontece aqui e agora e não simplesmente que algo acontece aqui e agora. Ora, esta relação causal entre certos fe­nómenos só pode estabelecer-se se o sujeito estiver equipado com um conceito explicativo que é o conceito da causa. Este conceito é uma estrutura ou forma a priori do entendimento que ao "ser projectada" sobre dois fenómenos os relaciona transformando um em causa e o outro em efeito. Como o conceito de causa é uma forma do nosso entendimento e não algo que deriva das coisas e como sem ele não podemos estabelecer a relação causal ou necessá­ria que caracteriza o conhecimento científico devemos concluir que embora começando com a experiência a ciência deriva de formas a priori do sujeito. Sem o espaço e o tempo não podemos encontrar nada para conhe­cer, isto é, não podemos receber informações ou dados sensíveis. Sem as formas a priori do entendimento, sobretudo o conceito de causa, não podemos estabelecer entre os dados recebidos pela sensibilidade a relação causa - efeito que os permite explicar.
De que deriva o conhecimento
O conhecimento não deriva da sensibilidade

O conhecimento deriva do entendimento
A sensibilidade diz – nos que o fenómeno B(aquecimento de um objecto) aconteceu depois do fenómeno A( aumento de temperatura) num dado lugar mas só estabelece esta relação espacial e temporal entre as impressões sensíveis. Ora conhecer é explicar um fenómeno através de outro ou de outros.


O entendimento através dos seus conceitos a priori, em especial o de causa, explica um fenómeno através de outro ou de outros e assim permite constituir conhecimentos. Liga os fenómenos mediante relações de causa e efeito e por isso permite – nos saber que o fenómeno B se deve a acontecer A,  que não aconteceria sem este.
Só conhecemos os dados que a sensibilidade recebe mas não é a sensibilidade que os conhece.

C. O conhecimento científico, embora não derive da experiência, começa com ela e por isso só pode ser conhecimento de realidades empíricas ou sensíveis.
Se só por meio da sensibilidade o entendi­mento pode referir-se às coisas e encontrar a matéria do seu conhecimento devemos con­cluir que conhecer realidades que ultrapassem o plano espácio-temporal, que estão fora doalcance da nossa sensibilidade, é impossível. Essas realidades metafísicas (Deus, alma) não sendo objec­tos da nossa intuição não poderão ser também objectos de conhecimento científico.
A razão pura intervém no processo de conhecimento regulando o entendimento, dando--Ihe como regra agir como se fosse possível prolongar as ligações causais para lá da experiên­cia, isto é, em direcção à causa última que nos daria a chave do conhecimento de toda a realidade. A razão enquanto pura - desligada da experiência - só pode ter um uso legítimo ao apontar ao entendimento uma meta ideal da sua actividade cognitiva e deve humildemente aceitar essa limitação, porque caso contrário perder-se-á num oceano tempestuoso, contradizendo-se a si mesma e ficando à deriva.

O conhecimento tem limites
O entendimento só conhece os fenómenos                               
 A razão pura nada conhece mas não é inútil
O entendimento só pode conhecer explicando um fenómeno através de outro. Essa limitação tem a ver com dois factos: 1 - só a sensibilidade mediante as formas do espaço e do tempo espacializa e temporaliza as impressões sensíveis transformando – as em fenómenos e 2 – O entendimento não tem o poder de intuir – não entra em relação imediata com os objectos que vai conhecer – e depende por isso da sensibilidade para ter objectos que possa conhecer.
Assim todo o conhecimento humano é conhecimento de objectos que fazem parte do mundo natural ou sensível
Não há conhecimento puramente racional de nenhum objecto porque só a sensibilidade nos dá objectos para conhecer. A razão deixa ao entendimento a tarefa de conhecer o mundo mas pretende regular e orientar essa actividade do entendimento. Propõe ao entendimento um ideal que este deve tentar realizar: a explicação definitiva do conjunto dos fenómenos que constituem o universo. Tal ideal é irrealizável mas agir como se fosse possível realizá – lo leva o entendimento a procurar explicações cada vez mais amplas do mundo, ultrapassando fronteiras dentro do plano que nunca poderá legitimamente transpor: o plano dos objectos empíricos, os chamados fenómenos ou acontecimentos do mundo natural.





Conclusão
a)O conhecimento é possível?
Kant não duvida em momento algum da possibilidade do conhecimento. A sua questão é saber como ele é possível.
 b)A razão dá – nos conhecimentos da realidade independentemente da experiência?
Esclarecido o âmbito legítimo de aplicação do conhecimento, como ele começa e de onde deriva, podemos criticar a razão que pretende, no que respeita ao conhecimento, ser pura. O conhecimento exige o contributo da sensibilidade. Ao contrário de Descartes ,Kant não admite a possibilidade de um conhecimento puramente racional. A razão pura – desligada da experiência  - nada conhece porque nada encontra para conhecer. Só ligada à sensibilidade – e nesse caso tem o nome de entendimento - a razão pode conhecer objectos.Nenhuma faculdade pode conhecer seja o quer for sozinha, por si só. A teoria kantiana do conhecimento consiste numa ultrapassagem ou superação quer do empirismo, quer do racionalismo. Para Kant, o empirismo — que o filósofo alemão critica referindo-se essencialmente a David Hume — conduz ao cepticismo, à descrença na possi­bilidade do conhecimento científico ou objectivo. Pensar que o conhecimento se baseia ex­clusivamente no que é dado pela experiência ou intuição sensível e não con­tém nada mais é ter uma concepção errada do conhecimento. Na verdade, dizer que o conhecimento deriva da experiência impede-nos de dar conta, ou, melhor dizendo, de fun­damentar uma lei como a da queda dos corpos. Esta lei científica que, em geral, diz, "sem­pre que um corpo se encontra em queda livre, acelera 9 metros por segundo", não deriva da experiência. Esta é sempre particular; só nos diz o que acontece num dado momento e num certo lugar mas não o que acontece sempre. Ao apontar as insuficiências do empirismo, Kant não está a desvalorizar a experiência. Não se comporta como um racionalista tradicio­nal (metafísico). Para Kant, embora nãoderive da experiência ou intuição sensível, o co­nhecimento começa com a experiência.
Embora baseado num modelo do conhecimento distinto do empirista, o racionalismo tradicional revela-se, também segundo Kant, insuficiente para fundamentar (mostrar como é possível) o conhecimento científico. Para os racionalistas como Descartes, a razão é a única fonte de conhecimento verdadeiro. A razão pura, isto é, a razão desligada da sensibili­dade (da intuição empírica) é, para o racionalismo tradicional, a faculdade que, possuindo ideias inatas de toda a realidade, declara ser possível, através da pura e simples análise des­sas ideias, conhecer a realidade no seu todo. Esta confiança excessiva nas capacidades da razão, a crença de que ela por si só, isto é, enquanto pura, pode conhecer, desprezando as­sim o contributo da sensibilidade, é criticada por Kant.

3.Qual a extensão do nosso conhecimento? Até onde pode ir o nosso conhecimento? Podemos conhecer a realidade tal como é em si mesma?
Se só por meio da sensibilidade o entendi­mento pode referir-se às coisas e encontrar a matéria do seu conhecimento devemos con­cluir que conhecer realidades que ultrapassem o plano espácio-temporal, que estão fora do alcance da nossa sensibilidade, é impossível. Essas realidades metafísicas não sendo objec­tos da nossa intuição não poderão ser também objectos de conhecimento científico. O conhecimento científico, embora não derive da experiência começa com ela e por isso só pode ser conhecimento de realidades empíricas ou sensíveis (fenómenos).

c) Como é justificado o conhecimento?
Uma crença verdadeira será conhecimento e não uma mera opinião se aos nossos conceitos corresponder a intuição empírica adequada. Não se pode justificar a proposição «Deus existe» porque não lhe corresponde qualquer intuição empírica. Estamos equipados com estruturas que nos permitem conhecer – as formas do espaço e do tempo – dão objectos – e as formas do entendimento – conhecem objectos – desde que essa actividade não pretenda transcender o plano dos objectos naturais.
Se a propósito de Kant e Descartes se fala de fundamentação da ciência, te­mos de distinguir o tipo de fundamentação.
1 — Em Descartes temos uma fundamentação metafísica da ciência, isto é, uma fundação baseada em realidades metafísicas tais como Deus e alma (mas sobre­tudo Deus, que é o verdadeiro pilar do sistema científico que Descartes se propôs construir);
2 — Em Kant temos uma fundamentação transcendental e não transcendente do conhecimento científico, isto é, uma análise das condições a priori de possibili­dade do conhecimento científico que não remete para lá das faculdades humanas intervenientes na constituição da ciência (entendimento e sensibilidade e de algum modo a razão). A fundamentação da ciência esgota-se na análise das funções (sen­tido estrito) das faculdades que constituem o nosso poder de conhecer. Não há ne­cessidade de referência a uma garantia metafísica, no sentido tradicional do termo.
Descartes nunca julgou possível garantir, fazer repousar a certeza unicamente sobre o espírito humano. Daí a ambiguidade em falar do Cogitocomo primeiro princípio do sistema do saber e necessidade imperiosa de, reconhecida a imperfeição deste, fundar o saber em Deus, ser perfeito e verídico. Com Kant essa ambiguidade desfaz-se...
 O fundamento e o valor da ciência encontram-se para Descartes fora do espírito humano (Deus), ao passo que em Kant se dá o contrário. Na questão «que posso saber?». Deus não desem­penha papel algum. A ciência humana não necessita de garantia divina. O problema Do conhecimento do mundo não é colocado para lá das forças do homem. Quer Deus exista ou não, a ciência em nada é afectada. Ela só depende do homem.

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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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