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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Introdução à metafísica de Aristóteles




Deixando de lado este assunto, bem como a exposição sumária do estado atual das investigações acerca do que há de unitário e de fragmentário nos livros metafísicos, importa acima de tudo ao objetivo da presente notícia preliminar a índole da atitude filosófica de Aristóteles tal como ela se exprime na Metafísica e a concepção que ele teve acerca do objeto da filosofia primeira, ou Metafísica.

Para Aristóteles, a Metafísica é uma ciência diaporemática, isto é, um saber constituído intrinsecamente por dificuldades ou aporias. Em vez de resultados, e, portanto de soluções dogmáticas, ela nutre-se vitalmente de interrogações, de dúvidas, de problemas, de sorte que a primeira tarefa do filósofo consiste em problematizar, isto é, em se inteirar cabalmente do teor dos problemas propostos ou a propor. Não é, por isso, casual que o livro das Aporias (liv. IV, 1') seja como que o centro nuclear da problemática mais ou menos explicitado das catorze aporias, isto é, dificuldades ou problemas.

O trabalho filosófico começa, portanto, com a apreensão clara da problematicidade em causa e nutre-se vitalmente do esforço que se orienta para o respectivo esclarecimento com coerência lógica e consistência material, dado que a Filosofia somente se descobre a quem a indaga com sinceridade escrupulosa, sem ardil nem venda nos olhos, e sempre se esconde a quem a procura colher, como fruto maduro, nos resultados da inquirição de outrem.

Sendo a raiz da Filosofia, a problematicidade não significa que ela seja para Aristóteles a própria essência da Filosofia. Problematiza-se filosoficamente para se alcançarem resultados mais amplos e seguros, e não pelo puro prazer de problematizar, isto é, de levantar dificuldades onde outros encontram resposta pronta. Daí, a diferença que o separa do seu mestre.

Platão, com efeito, representa como ninguém o “espírito de inquirição”, isto é, a insatisfação incessante em face dos resultados, alheios ou próprios. Para o fundador da Academia, filosofar, é pensar em voz alta, e pensar em voz alta não é monologar, mas dialogar, incansavelmente com os outros e consigo próprio, na apreensão de novas dificuldades e na revisão do que por momentos se julgou adquirido e definitivo. Aristóteles, ao contrário do seu mestre, representa, ou talvez mais propriamente, pensou sob a influição do “espírito de sistema”. O seu alvo era a aquisição do saber exato, por forma que a problematicidade representa apenas um momento, embora fundamental e capital, da marcha que conduz ao resultado. É, o resultado que importa e é para alcançá-lo que a mente problematiza e raciocina.

Por isso, ao contrário de Platão, que não legou propriamente um sistema, mas antes um conjunto de teorias que se sucedem em torno de temas dominantes, da obra de Aristóteles é possível extrair um sistema -- prova-o a Escolástica e provam-no os historiadores da escola de Zeller e os expositores de que Hamelin foi modelo —, mesmo que se admita que os livros metafísicos não são propriamente a expressão de um sistema mas a tentativa para o alcançar.

Do que vimos dizendo se colige que, para Aristóteles, como aliás para todos os pensadores verdadeiramente originais e criadores, filosofar é problematizar em ordem a resultados coerentes e consistentes; cumpre agora mostrar que, a seu ver, o filosofar que dá origem à Filosofia mais digna de apreço é o que incide sobre a problematização acerca do ser e da causa primeira, ou por outras palavras, que a Filosofia é essencialmente Metafísica, isto é, conhecimento do que está ou vai além da experiência sensível, ou seja em termos que Aristóteles tornou densos de significado, a teoria geral do ser, dos princípios e das causas.

A primeira coisa que logo ressalta dos parágrafos iniciais do livro I (A) é o propósito de indagar o conceito e o conteúdo do objeto do saber mais digno de apreço. Como cumpria, Aristóteles conduz sempre a indagação no puro plano racional, mas não está isenta de dificuldades a determinação do objeto do saber metafísico, que, aliás, designa com nomes diversos. Deixando de lado o problema cronológico destas designações n, importa ao nosso ponto de vista a determinação do conceito aristotélico de Metafísica.

O primeiro sentido que a Metafísica apresenta, cuja designação, aliás, não parece ter sido a mais antiga no vocabulário aristotélico, é o do saber metafísico como sabedoria. É uma noção ampla, pois assenta no conceito do saber universal dos princípios supremos da realidade sensível e não sensível. E a concepção que se encontra no livro I (hic., pp. 8-15) e nos livros III e X (caps. 1-2), e nela se acusa o vinco platónico, especialmente na concepção materializante das ideias-números, que foi a última expressão que Platão deu à sua ontologia. Nesta concepção, a sabedoria, ou filosofia, é tida por fundamento da aplicabilidade científica, visto alcançar-se a explicação completa quando se conhecem as quatro causas do ser: material, formal, eficiente e final. Saber é conhecer pelas causas e, portanto, o saber das causas é o saber metafísico e o fundamento da Ciência.

O segundo sentido, indicado no capítulo I do livro II (a), considera a Filosofia “ciência da verdade”. Quer dizer, o saber metafísico é um saber teórico, que investiga a verdade por si mesma, sem ter em vista a ação, que é o sentido próprio das ciências práticas, ou como pensa Bonitz: somente pelas causas sabemos as coisas, sendo que as causas são mais verdadeiras que os seus efeitos. Neste sentido, o objeto do saber metafísico é o conhecimento teorético das coisas que são supremamente verdadeiras.

O terceiro sentido, indicado em outros passos da Metafísica, designadamente no princípio do livro IV (1') e no livro XI (x), 3, estabelece que o saber do filósofo é a ciência do ser enquanto ser, considerado universalmente e não em qualquer das suas determinações. Esta concepção, que a análise dos vários textos que se lhe referem torna difícil, complexa e sumamente importante e na qual sobressaem Oggioni e Werner Jaeger, propõe, entre outros quesitos, o de se esclarecer se Aristóteles considerou este saber como ciência do ser formal ou material e se a determinação das propriedades essenciais do ser é feita somente sob o ponto de vista da realidade ou também sob o ponto de vista gnoseológico, ou seja, com base filológica, ontologia —, isto é, como escreveu Hamelin, se a ciência do ser enquanto ser “tende já fortemente em Aristóteles a passar ao idealismo completo, para o qual um ser é a síntese de um objeto ou de um sujeito” . Dois pontos não obstante são seguros: a pluralidade de sentidos da noção de ser não afeta a unidade da respectiva noção “ e a identificação anterior, com base neste sentido, da Metafísica com a Ontologia, cuja fortuna histórica é imensa, designadamente na Escolástica medieval e nos peripatéticos peninsulares da Escolástica renovada dos séculos XVI-XVII, notadamente Pedro da Fonseca e Francisco Suárez.

Finalmente, o quarto sentido, que identifica o saber metafísico com a “filosofia primeira”, concebe por “filosofia primeira” a ciência da realidade transcendente, isto é, do suprassensível. É a concepção que aparece no diálogo Peri philosophias, nos dois primeiros livros da Física, o segundo dos quais é citado no I da Metafísica, e nos livros XIII (caps. 9-10) e XIV. Nestes textos, de modo geral, estabelece, ainda sob influência platónica, a despeito da crítica que faz à teoria das Ideias, que a Física tem por objeto os princípios do ser sensível e a Filosofia primeira, o suprassensível. Filosofia e Teologia identificam-se, isto é, o saber metafísico ontológico é ao mesmo tempo saber teológico --- no que Jaeger vê uma contradição e esta identificação tem como que a contraprova na subdivisão que no livro IV (E) I, faz das ciências teoréticas: Matemáticas, Física e Teologia.

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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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