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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Kant: A "Estética Transcendental": o estudo do papel da sensibilidade no processo de conhecimento

Para haver conhecimento é preciso, como é óbvio, que haja coisas para conhecer. Isto implica que temos de entrar em contacto com elas, i. e., receber "informações" ou dados delas provenientes.
Como começa o conhecimento? Segundo Kant ele começa com a intuição. A intuição é o acto pelo qual recebemos dados ou algo para conhecer. De acordo com Kant é a intuição que nos dá objectos, ou seja, aquilo que podemos conhecer*".
Como é que intuímos, ou seja, quais as condições que tornam possível entrar em contacto directo com as coisas e receber delas "informações" ou dados (objectos)?
Segundo Kant toda a nossa intuição está condicionada por duas formas: o espaço e o tempo. Estas duas formas são estruturas da sensibilidade. Logo toda a nossa intuição será simplesmente sensível: só temos intuição de realidades sensíveis ou empíricas, ou seja, de realidades que podemos espacializar e temporalizar. Assim, todo o conhecimento começa com a intuição sensível, ou seja, com a recepção de dados ou impressões sensíveis mediante duas formas com as quais a sensibilidade está "equipada": o espaço e o tempo. Intuir é, portanto, receber dados empíricos, espacializando-os e temporalizando-os.
Exemplificando:
Um automóvel, passa em frente à minha casa ao meio-dia, fazendo muito barulho e buzinando constantemente. O automóvel provoca em mim uma determinada impressão sensível. Eu recebo esta impressão sensível de uma determinada forma, isto é, espacializo-a e temporalizo-a porque me refiro ao barulho do automóvel, como verificando-se em frente à minha casa (espacialização) e a uma determinada hora (temporalização). Assim vê-se que a intuição sensível consiste em estabelecer uma relação espácio-temporal entre as impressões sensíveis provenientes das coisas (no exemplo, do automóvel).
Só é possível a intuição de realidades que possam ser enquadradas no espaço e no tempo. Essas realidades são sensíveis porque posso referir-me a elas como acontecendo num determinado lugar — ocupam esse lugar — e num determinado momento — acontecem agora, aconteceram antes, acontecerão depois. As realidades não espacializáveis nem temporalizáveis escapam à nossa intuição, não estão em relação efectiva connosco, não temos qualquer experiência delas. E o caso de Deus, realidade metafísica: sendo incorpóreo não está em lugar algum, não podemos dele dizer que está "aqui", "ali" ou "acolá" (não o podemos espacializar); sendo eterno não podemos referir-nos a ele como existindo "agora", como tendo existido "antes", etc., (não é temporalizável).
Já sabemos qual a função do espaço e do tempo. São a nossa maneira de intuir, de receber dados empíricos ou sensações provenientes das coisas, nada podendo nós intuir sem essas duas formas da nossa sensibilidade.
(1) Note-se que a intuição não é conhecimento propriamente dito: ela não nos dá conhecimentos mas simplesmente os objectos do conhecimento.
Qual a sua natureza? São estruturas universais e necessárias: universais, porque toda a nossa intuição ou experiência é condicionada por elas; necessárias porque sem elas não nos é possível ter experiência significativa das coisas. Estamos, ao nível da nossa sensibilidade, constituídos de tal modo por estas duas formas que não podemos dizer: "Algo aconteceu em lugar nenhum e em momento nenhum." Tudo aquilo que é objecto da nossa experiência tem de ser enquadrável mediante essas duas formas.
Já sabemos que universal e necessário são, em Kant, sinónimos de a priori. Espaço e tempo são formas a priori da sensibilidade. Tentemos clarificar este aspecto:
O espaço não é algo que se obtenha a partir da experiência ou intuição empírica. Não é por eu intuir determinadas coisas como situadas aqui, ali e acolá, que eu formo a "noção" de espaço. Bem pelo contrário, o espaço tem de ser uma estrutura da minha sensibilidade, porque ao dizer aqui, ali e acolá, eu já estou a espacializar. Com o tempo verifica-se o mesmo. Eu recebo determinadas impressões, umas agora, outras depois, e isso significa que receber os dados sensíveis implica temporalizá-los. Deste modo, a intuição do tempo não deriva da intuição dos dados empíricos, mas é condição a priori da experiência que tenho.
Espaço e tempo são as formas da nossa intuição, são a maneira como intuímos, ou seja, como recebemos os dados sensíveis. Não são o conteúdo da intuição sensível, ou seja, não são aquilo que intuímos, não são objectos da intuição: espaço e tempo não são dados sensíveis nem coisas. Por outras palavras, aquilo que torna possível a intuição (recepção) dos dados empíricos não pode ser de natureza empírica.
Em suma: espaço e tempo são a condição de possibilidade a priori (não empírica) de qualquer experiência. Não são objectos de nenhuma intuição empírica mas aquilo que torna possível a intuição empírica de objectos. Não são dados empíricos mas a "linguagem" que usamos para falar dos dados empíricos. A esses dados empíricos enquadrados no espaço e no tempo, espacializados e temporalizados, dá Kant o nome de fenómenos. Estes são os objectos da intuição sensível'"
 
 
 
1 Note-se que usamos, de uma forma liberal, os termos "intuição sensível" e "intuição empírica" como idênticos, para facilitar a exposição. Tal identificação embora tolerável não é absolutamente correcta. Em Kant, rigorosamente falando, a intuição sensível é a unidade entre a intuição pura — o espaço e o tempo — e a intuição empírica. A intuição sensível não é sem mais a intuição empírica: é a intuição empírica enquanto condicionada por duas formas puras (e. t.).
Espaço e tempo: formas da intuição e intuições a priori
Embora fale mais do espaço e do tempo como formas a priori da intuição empírica Kant também lhes dá o nome de intuições a priori ou puras. Que quer dizer? Intuir só e simplesmente o espaço e o tempo não é intuir nada de empírico. Espaço e tempo são formas puras. Ao intuí-los eu antecipo muito simplesmente o modo como receberei os dados empíricos ou sensações: recebê-los-ei espacializando-os e temporalizando-os.
Espaço e tempo não são intuições dos objectos mas sim, em termos rigorosos, a intuição das condições segundo as quais as coisas se manifestam e produzem em mim sensações. Ao intuir o espaço e o tempo, eu não intuo as coisas ou a sua manifestação. Intuo simplesmente a forma dessa manifestação, a maneira segundo a qual poderei receber as impressões sensíveis que as coisas provocam, a forma de as coisas se relacionarem comigo, com a minha sensibilidade.
Dizer que espaço e tempo são intuições a priori é dizer, previamente à manifestação das coisas, que elas têm de aparecer num determinado espaço e num determinado tempo, caso contrário não se poderiam relacionar com a minha sensibilidade, ser coisas para mim ou fenómenos.
Assim se pode compreender que as formas puras da sensibilidade são, por si mesmas, formas vazias, puras possibilidades ou, como Kant diz, intuições formais, quadros de recepção das impressões sensíveis. A intuição formal espácio-temporal não fornece qualquer conteúdo. As impressões sensíveis dão-se num enquadramento espácio-temporal (só neste enquadramento as coisas impressionam o sujeito), mas não são dadas pelo espaço e pelo tempo. Em linguagem kantiana, a intuição pura, condição de possibilidade da intuição empírica ou sensação, não dá objectos mas possibilita que eles sejam dados.

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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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