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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

KANT: O BELO E O SUBLIME

O belo e o sublime têm algo em comum: ambos causam prazer e o juízo de que algo é sublime não pressupõe nenhum conceito, ou seja, tal como o juízo de que algo é belo, não é algo que se demonstre. Mas ao mesmo tempo há consideráveis diferenças: a experiência da beleza, como vimos, tem a ver com a pura forma do objecto e a forma implica limitação. A experiência do sublime, ao contrário, está associada com a ausência de forma, no sentido de ausência de limitação, embora esta seja associada com a ideia de totalidade. Por exemplo, a esmagadora grandeza do oceano tempestuoso é sentida como ilimitada embora esta ausência de limites seja representada como uma totalidade. Kant associa a beleza com o entendimento e o sublime com a razão. A experiência da beleza, como já vimos, não depende de nenhuma demonstração, de nenhum conceito determinado.
Contudo, envolve um livre jogo de duas faculdades: a imaginação e o entendimento. O belo como algo de formalmente limitado é sentido como adequado à imaginação e a imaginação, a respeito de uma determinada intuição, é dita estar de acordo com o entendimento, a faculdade dos conceitos.
O sublime, contudo, "violenta" a imaginação, ultrapassa-a. E representado então, dada a sua indeterminação, como estando de acordo com a razão, a faculdade que produz as Ideias indeterminadas de totalidade. O sublime, como envolve ausência de limites e é associado com a ideia de totalidade indeterminada, pode ser encarado como "exibição" de uma ideia indefinida da razão.
Uma outra diferença é a de que, enquanto o prazer produzido pela beleza pode ser descrito como prazer positivo que se prolonga na contemplação calma, o sublime, maravilha e causa temor mais do que prazer positivo. É a manifestação de uma poderosa força que faz estremecer quem a contempla. O sublime, de modo ainda mais nítido do que o belo, é um sentimento: a sublimidade pertence mais aos nossos sentimentos do que aos objectos. O sujeito é como que incitado a abandonar o plano sensível ocupando-se de ideias.
Adaptado de F. Coppleston, "From Wolff to Kant", in History of Philosophy.
 
 
A experiência estética é análoga à experiência moral (o belo é o símbolo da moralidade)
Já dissemos na introdução a esta obra, Crítica da Faculdade de Julgar, que as duas obras anteriores tinham estabelecido uma espécie de fosso entre o domínio da Natureza ou realidade sensível (fenoménica) e o domínio da liberdade ou da moralidade, ou seja, o plano da realidade supra-sensível ou numénica. Nem a Razão pura teórica nem a Razão pura prática se revelaram capazes de estabelecer uma ligação entre estas duas dimensões da realidade. Parece assim que temos a realidade (e o homem) cindida, "cortada" em duas dimensões incomunicáveis. Ora, para Kant, a moral deve ter alguma influência no mundo da Natureza, melhor dizendo, a moralidade deve estar de algum modo presente no mundo sensível: a Natureza não deve ser a negação absoluta da liberdade moral. Pretende-se, portanto, uma certa moralização ou espiritualização da realidade sensível ou material. De negação da liberdade moral, a natureza, enquanto conjunto de objectos que podem ser belos, ;'. e., produzir prazer estético ou puro, desinteressado, transforma-se em símbolo da moralidade.
O que é que Kant entende por símbolo? Ilustremos com um exemplo do próprio Kant: um Estado democrático pode ser representado como um corpo vivo (um organismo) se é governado por leis que se baseiam na vontade do povo e pode ser representado por uma máquina se é governado por uma vontade absoluta e autocrática ou ditatorial. A representação do Estado é, em ambos os casos, simbólica.
O Estado democrático não funciona, de facto, como um corpo vivo ou organismo nem o Estado despótico é uma máquina. Há, contudo, uma analogia entre o modo como funciona o corpo vivo e o Estado democrático e o modo como funciona a máquina e o Estado autoritário. Assim, Kant baseia a ideia de simbolismo numa analogia. Surge então a questão que nos interessa: que pontos de analogia (ou semelhança) há entre a experiência estética e a experiência moral, entre a Beleza, o sublime e o bem moral, que justifiquem que olhemos para a experiência da beleza e do sublime como um símbolo da experiência moral?
A experiência estética é uma experiência desinteressada (o que não quer dizer, obviamente, aborrecida). A pureza do sentimento que incide sobre a pura forma do objecto alheando-se da sua materialidade é a característica fundamental da vivência estética. Isto tem analogias com a experiência moral. Com efeito, a acção propriamente moral consiste no puro e simples respeito pela lei moral. O sentimento de respeito pela lei moral (pela autonomia e dignidade do homem que essa lei exige) é um sentimento puro, não patológico, i. e., não condicionado por interesses'", desejos, inclinações sensíveis, o que o torna análogo ao sentimento estético, pura contemplação que abstrai de qualquer interesse ou inclinação (sensorial) pelo objecto. No plano da moralidade o que era decisivo era a forma da acção e não o seu conteúdo; no plano estético o que conta é a forma do objecto contemplado.
(> Falámos anteriormente da atitude moral como atitude que tem um interesse elevado: a dignidade e absoluta autonomia do homem. Este interesse não precede contudo a acção moral mas é posto por esta.
 
A experiência estética do sublime (da natureza ou da arte) põe o homem em íntimo contacto com a sua dimensão supra-sensível ou moral. Mais ainda do que o belo, o sublime faz-nos reflectir sobre o nosso próprio destino convencendo-nos de que ele não se limita à experiência sensível, à dimensão fenoménica. A experiência do belo e do sublime, a experiência estética, é o símbolo da moralidade. Com efeito, "o belo prepara-nos para amar qualquer coisa, mesmo a natureza, de uma maneira desinteressada; o sublime (a experiência deste) ensina-nos a estimá-la, mesmo contra o nosso próprio interesse". A experiência estética encaminha-nos, simbolicamente, para o bem moral. Prepara-nos para a vivência moral ao libertar-nos do interesse sensível ou empírico e ao dar-nos a noção de que a Natureza não se reduz ao plano do mecanicismo (da causalidade física necessária) mas que nela existe uma finalidade em relação ao homem como ser moral. A experiência do belo e do sublime, fazendo-nos reflectir sobre a natureza, estabelece uma ponte, uma mediação simbólica entre a natureza e o mundo supra-sensível ou inteligível, porque nos faz ultrapassar a materialidade do mundo sensível e descobrir nele uma certa espiritualidade, ou seja, uma adequação da natureza à nossa dimensão supra-sensível. E como se a natureza fosse a manifestação sensível de algo essencialmente espiritual ou supra-sensível. Mediante a experiência estética, os objectos naturais são intuídos na sua forma pura: são assim despojados da sua materialidade tornando-se como que espirituais dentro de nós. É isto o que acontece na contemplação da natureza. Na produção artística, por seu lado, o espiritual, o inteligível, torna-se imanente ao sensível. Assim, na experiência estética há uma conciliação do homem com a natureza, uma harmonia da sua dimensão espiritual com a sua dimensão sensível.
 

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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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