(Discípulo) Mestre, acabei de ler sobre uma pesquisa que fizeram no Ocidente - Perguntaram o que as pessoas tem de indispensável para o seu dia a dia, e a maioria respondeu que era o seu celular!
(Mestre) Que curioso...
(D.) Um absurdo, todo esse materialismo...
(M.) Mas o que deveria ser indispensável em sua vida?
(D.) Ora, penso que meus amigos, minha família, minha mulher...
(M.) Mas como? As pessoas não nos pertencem... Essa resposta não nos serve.
O discípulo pensou por um longo momento e acrescentou:
(D.) Muito bem, agora entendi: tudo o que temos é a sabedoria! Ela sim é indispensável.
(M.) Concordo... Mas me diga: como saberemos com certeza se temos mesmo alguma sabedoria?
(D.) Ora, pela opinião dos outros, mestre - Eu mesmo afirmo: você é um sábio!
(M.) Fico imensamente grato... Mas, e se estiver enganado? Outros podem aparecer por aqui e afirmar exatamente o oposto: que sou apenas algum louco... Ou pior, um charlatão...
(D.) Mas mestre, todos que conviverem um dia que seja contigo hão de concordar que é mesmo um sábio...
(M.) Como?
(D.) Ora, porque passarão a amá-lo como todos os outros discípulos tem lhe amado.
(M.) Então, não seria esse amor ao saber o que inicia todo esse caminho espiritual que temos percorrido juntos?
(D.) Sim mestre! Agora percebo que foi assim: primeiro me interessei por seu conhecimento, e só após nosso convívio foi que passei a amá-lo como a um pai...
(M.) E já que agora somos tão amigos, será que quando viajamos para longe um do outro o telefone não passa a ser indispensável para mantermos contato?
(D.) Bem, pode ser... Mas o telefone é apenas um objeto material...
(M.) Meu amigo, o problema não é o objeto, mas o uso que fazemos dele... De fato, não temos um telefone, não temos nossa casa e nem mesmo nossa roupa, o que temos é essa vontade tão antiga de nos conectarmos um ao outro - Eis o indispensável em nossa vida.
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