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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

ROUSSEAU Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens






ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. In: Coleção Os Pensadores. Nova Cultural. São Paulo/SP, 1989.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante filósofo, teórico político e escritor. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo, e suas ideias influenciaram a Revolução Francesa (1789). Escreveu, além de estudos políticos, romances e ensaios sobre educação, religião e literatura. Dentre suas obras encontram-se Discurso sobre as Ciências e as Artes, Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens e do Contrato Social, esta última, considerada a sua principal obra.

Esta resenha tem como objetivo fazer uma análise crítica da obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau. A obra é dividida em duas partes, na primeira, o homem é analisado tanto em seu estado natural como civilizado, e na segunda parte, é defendida a ideia de que as desigualdades têm sua origem nesse estado de sociedade.

Rousseau inicia sua a obra fazendo uma distinção das duas desigualdades existentes na espécie humana: a desigualdade natural ou física e a desigualdade moral ou política. Fica claro que a desigualdade natural não é o objetivo dos estudos de Rousseau, e sim a desigualdade moral ou política que é obtida por uma convenção e autorizada pelos homens.

Na primeira parte da obra o autor faz uma análise do homem natural, através do seu aspecto físico e posteriormente metafísico e moral. Questiona as afirmações de Hobbes e Buffon, entre outros filósofos que veem o homem natural como homem social. Ainda nessa primeira parte o autor descreve o homem natural como um ser solitário, possuidor de um instinto de autopreservação, dotado de sentimento de compaixão por outros de sua espécie, e possuindo a razão apenas potencialmente (instinto). Nas palavras dele o homem é “... um animal menos forte do que outros, mas, em conjunto, organizado de modo mais vantajoso do que todos os demais. Vejo-o fartando-se sobre um carvalho, refrigerando-se no primeiro riacho, encontrando seu leito ao pé da mesma árvore que lhe forneceu o repasto e, assim satisfazendo a todas as suas necessidades (pág. 42)”.

Para o autor não existem motivos que levem o homem natural a viver em sociedade, pois o homem natural vive o presente, é robusto e bem organizado, apesar de não possuir habilidades específicas, pode aprendê-las. É inocente, pois não conhece noções do bem e do mal, e possui duas características que o distingue dos outros animais que são a liberdade e a perfectibilidade (aperfeiçoamento). Ainda nesse capítulo discorreu sobre o surgimento dos códigos e símbolos para demonstrar que não existe ligação entre o homem natural e o homem social, que esta é inerente e imprópria para o estado de natureza. Encerra o primeiro momento afirmando que a passagem do homem natural ao homem social, que é a origem das desigualdades, não pode ser obra do próprio homem, mas sim de algum fator externo.

Após descrever esse homem natural, o autor esclarece como se deu à passagem do estado natural para o estado social. Já no início da segunda parte da obra ele afirma que o “primeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo” (pág. 63). Nesse trecho discorre sobre o surgimento da propriedade civil e da vida em sociedade.

Essa transformação de estado natural para social está associado a ideia de adaptação, pois o homem natural tinha como única preocupação sua subsistência, mas devido a fatores externos (necessidades), foi obrigado a superá-las adquirindo, portanto novos conhecimentos. O homem natural aprendeu a pescar, caçar e por vezes a associar-se a outros homens, para caçar e se defender temporariamente. Daí surge a primeira ruptura desse “estado” que foi a construção de abrigos. Esse abrigo (casa) faz com que o homem natural permaneça mais tempo em um mesmo lugar e na companhia de seus companheiros, nascendo assim as famílias e com elas, sentimentos como o amor conjugal e o amor paterno. Com a convivência começa a surgir traços de linguagem e uma noção precária de propriedade passa a fazer parte deste novo universo. Por motivos de sobrevivência as famílias passam a conviver próximas surgindo as primeiras comunidades. Nesse momento, defende o autor, seria hora de estagnar, de parar, pois nesse estágio o homem natural viveria em sociedade, é verdade que com menos recursos, mas estes seriam suficientes para ser feliz, mas a sua capacidade de adaptação não cessou.

Quando começaram a conviver em sociedade, a entenderem-se como indivíduos começa também a competitividade. Os homens passam a se compararem e identificarem: o melhor caçador, o mais forte, o mais bonito, o mais hábil começa a se destacar, o ser e o parecer tornam-se diferentes. Surge então o estado de guerra de todos contra todos, onde a comunidade ainda sem nenhuma lei ou líder, tem como juiz a consciência do homem. E cada um, com sua consciência, começam a agir conforme interesses próprios.

Paralelamente a esses fatores surge a grande Revolução, entendida como o surgimento da agricultura e da metalurgia. Com isso a noção de propriedade surge, e, com ela, a divisão do trabalho. Assim como também com acumulação de capital passa a existir homens ricos e homens pobres, que dependeram uns dos outros, sendo “... assim a desigualdade natural insensivelmente se desenvolve junto com a desigualdade de combinação, e as diferença entre os homens, desenvolvidas pela diferença das circunstâncias, se tornam mais sensíveis, mais permanentes e seus efeitos, e, em idêntica proporção, começam a influir na sorte dos particulares... (pág. 70)”. Ao contrário de Hobbes, para Rousseau este estado se deu depois que o homem saiu do estado de natureza. Para se desvencilhar desses problemas, as comunidades precisaram entrar num acordo, estabelecer, então, um contrato.

A partir desse contrato inicia-se então a descrição da evolução política, onde o sangue humano foi sacrificado para a pretensa liberdade do Estado. No progresso da desigualdade, o poder legítimo foi substituído pelo poder arbitrário. Assim, em diferentes épocas tivemos ricos e pobres, poderosos e fracos, senhores e escravos.

O autor também tenta explicar os tipos de governos que poderiam ter surgido. Descarta a possibilidade de um governo despótico ter iniciado o processo, devido a necessidade de liberdade fruto da natureza do homem. Para ele os governantes devem ter surgido de forma eletiva, ou seja, se numa comunidade uma única pessoa era considerada digna e capacitada para governá-la surgiria um estado monárquico; se várias pessoas gozavam ao mesmo tempo de condições para tal surgiria um estado aristocrático, porém se todas as pessoas possuíam qualidades iguais e resolvessem administrar conjuntamente surgiria uma democracia. Somente com o desvirtuamento dessas formas de governo, através da ambição de alguns, é que deram origem a estados autoritários e despóticos.

Rousseau conclui através do que foi exposto que, “sendo quase nula a desigualdade no estado de natureza, deve sua força e desenvolvimento a nossas faculdades e aos progressos do espírito humano, tornando-se, afinal, estável e legítima graças ao estabelecimento da propriedade e das leis... (pág. 86)”, ou seja, todos os acontecimentos relacionados a mudança do estado natural para o estado social (surgimento da propriedade divide os homens entre ricos e pobres, o surgimento de governos divide entre governantes (poderosos) e governados (fracos) e o surgimento de estados despóticos divide os homens entre senhores e escravos) é que deram origem as desigualdades entre os homens.

Nesta obra o autor faz uma análise filosófico-científica-científica da sociedade, partindo da ideia de “estado da natureza”. Ele utiliza a noção “de estado da natureza” para comparar como a nossa sociedade está distante do seu estado natural. Essas diferenças existentes na sociedade hoje foram autorizadas pelo direito natural. Esse homem natural foi criado pelo autor para fundamentar toda a sua teoria e fazer a crítica ao modelo social criado por nossos antepassados. O homem esqueceu as suas funções primárias e passou a se ocupar apenas de assuntos sociais. Preocupou-se apenas com o progresso. Este tem aspectos positivos e negativos. Se por um lado, consegue façanhas e feitos inimagináveis, por outro seus costumes estão depravados, e onde houver a exploração do homem pelo homem, haverá a degeneração da bondade e liberdade naturais. Essa degeneração social foi provocada pelo distanciamento que nós, enquanto seres socais, estamos do ser natural que um dia fomos. Entendo que o autor deseja que nós possamos construir uma sociedade harmoniosa, entre governantes e governados, baseados na liberdade. Liberdade essa, política.





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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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