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Soñadora, guerrera y extranjera de corazón. Busco sempre além da minha realidade, voo nas asas da imaginação. Há tanto o que descobrir, viver, sentir. O mundo é tão grande, maior ainda é o poder da mente. Tenho uma alma de lembrança, do querer, das possibilidades, do inimaginável da ânsia por um futuro melhor. Uma angústia constante que busca no improvável a compreensão do ser.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O empirismo de Locke e Hume


A afirmação de Descartes de que já teríamos ideias gerais inatas em nosso espírito não agradou em nada um grupo de filósofos conhecidos como empiristas, que procuraram provar que todas as nossas ideias e concepções têm origem na experiência. A palavra empiria vem do grego e se refere ao conhecimento que adquirimos não a partir do raciocínio lógico, mas da experiência sensível. Para os empiristas, todo nosso conhecimento tem sua origem na experiência, embora não se reduza a ela. Um dos grandes precursores da filosofia empirista na Era Moderna foi John Locke (1632-1704) que além de filósofo foi também médico.
Para Locke, nossa mente é como uma folha de papel em branco na qual as impressões sensíveis vão se depositando. Através de processos mentais, essas impressões sensíveis vão se transformando em ideias. “Precisamente o que distingue uma ideia de uma impressão é que a ideia é menos vivaz, tem menos força do que uma impressão” (LEOPOLDO E SILVA, 1987, p. 179). É como pensar em uma pessoa conhecida, nossa mãe, por exemplo, imediatamente nos vem a imagem da pessoa, seu jeito, a expressão do seu rosto, e talvez até possamos sentir um odor agradável que nos leva diretamente a nossa infância. Mas quando penso na ideia geral de homem, ou de ser humano, não penso em ninguém em particular, talvez sobre apenas uma silhueta sem rosto, sem cor da pele, ou seja, toda a vivacidade vai embora. Assim, nossas ideias são compostas a partir de impressões, sem elas, nossa mente permaneceria vazia. Nas palavras do próprio Locke:
Suponhamos então que a mente seja, como se diz, um papel branco, vazio de todos os caracteres, sem quaisquer idéias. Como chega a recebê-las. De onde obtém esta prodigiosa abundancia de idéias, que a ativa e ilimitada fantasia do homem nele pintou, com uma variedade quase infinita? A isto respondo com uma só palavra: da EXPERIÊNCIA. De onde tira todos os materiais da razão e do conhecimento.

Por exemplo, poderíamos achar que 5 + 5 = 10 é uma verdade universal da qual nenhum ser racional poderia discordar, certo? Pois bem existem tribos de índios, como os pirarrãs que não sabem contar até 10. O que mostra que os conceitos universais, não são tão universais assim. Aprender a contar ou realizar raciocínios lógicos seriam fruto do aprendizado e da experiência e não algo cujas estruturas já estivessem em nossa mente desde sempre.
Além disso, mesmo nossa imaginação, por mais livre que possa parecer, está presa à experiência. Veja o que diz outro filósofo empirista, David Hume (1711-1776):
Mas, embora nosso pensamento pareça possuir essa liberdade ilimitada, examinando o assunto mais de perto vemos que em realidade ele se acha encerrado dentro de limites muito estreitos e que todo o poder criador da mente se reduz à simples faculdade de combinar, transpor, aumentar ou diminuir os materiais fornecidos pelos sentidos e pela experiência. Quando pensamos numa montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias compatíveis entre si, ouro e montanha, que já conhecemos anteriormente. Podemos conceber um cavalo virtuoso, pois os nossos sentimentos nos levam à concepção de virtude, e esta pode unir-se à figura e forma de um cavalo, animal que nos é familiar. Em resumo, todos os materiais do pensamento derivam da sensação interna ou externa; só a mistura e composição destas dependem da mente da vontade. Ou para expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou percepções mais fracas são cópias de nossas impressões, ou percepções mais vivas (HUME, 1987, p. 134).

            Hume vai ainda mais longe em suas conclusões, ao propor que, assim como não existem ideias inatas, tampouco existe um fundamento para nossa crença na causalidade. 
Hume se questiona sobre o que nos permitiria estabelecer relações entre fatos isolados, tais como “A causa B” generalizado para “sempre que ocorrer A teremos B”. Relações como essas não podem ser derivadas dos próprios fatos, pois esses não trazem inscritos em si mesmos nenhuma normatividade que diga como eles devem se comportar necessariamente. Ou seja, que o sol tenha nascido hoje não implica, por necessidade, que virá a fazê-lo novamente amanhã.
É claro que é bem mais provável que o sol nascerá amanhã do que o contrário. Mas isso é algo provável e não absolutamente certo. Alguém pode jogar na loteria achando que, mesmo com possibilidades muito remotas, ainda tem chances de ganhar. No caso do sol, as chances são bem maiores, mas ambos os eventos são apenas possíveis e não necessários. Porque o sol não nascer é algo improvável, mas não impossível.
Portanto, a normatividade que admitimos em determinados eventos, tais como “o sol nascerá amanhã”, não é derivada, segundo Hume, de uma dedução lógica, mas de nossa tendência psicológica em formar hábitos. O hábito de ver algo ocorrer sempre do mesmo modo nos induz a acreditar que no futuro as coisas seguirão como antes. Mas essa é uma disposição puramente psicológica que, em última análise, não legitima qualquer fundamento lógico do entendimento ou razão.
Este princípio é o costume ou o hábito. Visto que todas as vezes que a repetição de um ato ou de uma determinada operação produz uma propensão a renovar o mesmo ato ou a mesma operação, sem ser impelida por nenhum raciocínio ou processo do entendimento, dizemos sempre que esta propensão é o efeito do costume(HUME, 1987, p.86).

            Como todos os fatos são particulares, não pode a experiência ser a fonte de nossos conhecimentos, pois não se pode derivar regras universais de casos particulares. Daí que todo o nosso conhecimento se assenta em uma disposição psicológica de nosso espírito não tendo, portanto, uma base racional. O que não quer dizer que tal conhecimento não seja indispensável para a construção da ciência e para assegurar a sobrevivência humana. Apenas que suas bases não têm a necessidade e a validade de que dispõe a forma dedutiva pura da racionalidade lógico-formal das matemáticas, que não se referem a coisas realmente existentes.
O costume é, pois, o grande guia da vida humana. É o único princípio que torna útil nossa experiência e nos faz esperar, no futuro, uma série de eventos semelhantes àqueles que apareceram no passado. Sem a influência do costume, ignoraríamos completamente toda questão de fato que está fora do alcance dos dados imediatos da memória e dos sentidos. Nunca poderíamos saber como ajustar os meios em função dos fins, nem como empregar nossas faculdades naturais para a produção de um efeito. Seria, ao mesmo tempo, o fim de toda ação como também de quase toda especulação (HUME, 1987, p.87).


REFERÊNCIA
HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989, Coleção Os Pensadores.

Pare e pense: Nesse poema tem muitas características empiristas e racionalistas 
O guardador de rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
                                
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,                                                  
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

PESSOA, Fernando. Obra Poética. (Poemas completos de Alberto Caeiro). Rio de Janeiro: José Aguilar, 1969, p. 212-213.

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Dulce María (Minha maior Inspiração)

No pares

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede deternerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

Si censuran tus ideas, ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared...

No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida

No construyas muros en tu corazon
Lo que hagas, siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes con tu nombre escrito en la pared...

No pares nunca de soñar
No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Viver tu vida

Mi Guerra Y Mi Paz

Es como un juego sin control
En donde nadie pierde y gana
Es ley de acción y reacción
Es la ley de tu amor y mi amor

No puedo estar lejos de ti
Pero a tu lado no quiero estar
Estoy atada a esta relación
Que me hace volver escapar

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual.
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Yo no quisiera desconfiar
Y ser por siempre tu mitad
Pero más fue de mi instinto de
Conservar a mi fiel libertad

Aunque me digas la verdad
Yo encuentro siempre la falsedad
Tú me desarmas mirándome
Tú mi fuerza y mi debilidad

Contigo y sin ti es mi obsesión
En un cruel laberinto perdida estoy
No debo permitirme ni prohibirme
Es un caos mi corazón!

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi guerra y mi paz

Tú, mi calma y mi condena
Al filo del delirio que siempre me desvela
Eres lava en mi interior
Un violento frío que congela

Mi vida junto a ti es imposible, incompatible
Y no te puedo dejar
Estamos condenados a vernos y a desearnos
Aunque rompamos da igual
Mi vida junto a ti es combustible, indiscutible
Es como un dulce letal
Un día nos odiamos y otro nos amamos
Eres mi amarga mitad
Eres mi azúcar y sal
Eres mi guerra y mi paz?

Para tornar-se o que se é

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o".


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